terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Qual é a da sua Célula??


Eles seguiam uma disciplina diária de cultos no templo, seguido de refeições nas casas. Cada refeição era uma celebração vibrante e alegre, com muito louvor a Deus. O povo da cidade apreciava o que via. Todos os dias, o número deles aumentava, e Deus acrescentava os que iam sendo salvos. (Atos 2:47 – A Mensagem).


Quero te fazer uma pergunta: sua célula é como a descrição do texto acima?


Eu penso que o sucesso da igreja primitiva estava intimamente ligado ao estilo de vida que levavam. Eram disciplinados, unidos, vibrantes, alegres e simpáticos. Geravam um ambiente de amor, fé e alegria e consequentemente conquistavam a cidade e Deus acrescentava diariamente os que iam sendo salvos!

Um erro que tenho visto é que temos feito células para crentes. A célula é uma ferramenta para ganhar vidas!

Perdoe-me a franqueza, mas um grupo que só existe para juntar um grupo de pessoas afins, para um encontro semanal, estático, somente com propósito de comunhão, que não pensa em vidas e multiplicação, pode ser chamado de qualquer coisa, mas não de célula!

Se nossa célula não está atraindo os perdidos, pode investigar, há algo que não está funcionando da forma que deveria!

A questão não são os números. Não é se você tem uma, dezenas ou centenas de células debaixo de sua liderança, mas sim se existem pessoas que ao entrarem em contato com o pequeno grupo estão sendo constrangidas a uma mudança de vida.

Como é o clima da sua célula? Frio ou quente? Alegre ou triste? Espontâneo ou rígido? Essa atmosfera determinará como será o processo de desenvolvimento e maturidade de sua célula.

Existem três atmosferas que vejo muito claramente na igreja primitiva descrita em Atos: Amor, Fé e Alegria. Se desenvolvidas, inevitavelmente, se conquistará a simpatia do povo.



Amor.

O padrão de amor do mundo é: “Ame a quem te ama, a quem te faz bem, a quem te quer bem”.

Mas nós não somos deste mundo. João 17:14 – “Dei-lhes a Tua Palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou”.

O nosso padrão é outro.

1 Coríntios 13: 4-7 – “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

É fato, o que mais se vê nas pessoas hoje é a necessidade de serem aceitas. Nesse mundo a vida é cada vez mais frenética, os afazeres são muitos, estudos, concursos, mercado de trabalho, tecnologia.

Isso acaba levando as pessoas a terem relacionamentos cada vez mais express e rasos. Muitas vezes esse déficit de amor veio de casa, desde a infância.

A busca por aceitação nada mais é do que o desejo de ser amado. Quando somos aceitos por um grupo, seja de amigos, escola, faculdade, trabalho é gerado em nós um sentimento de segurança e preenchimento seja verdadeiro ou falso.

Nosso papel como célula é amar. Fazer com que pessoas, em contato conosco, se sintam aceitas, se identifiquem, não se sintam julgadas.

Receba de forma excelente os convidados. Abrace-os. Olhe em seus olhos. Se chegarem atrasados, pare tudo, e os receba. Não os intimide com perguntas complicadas.

Não os force a fazer algo que não se sintam a vontade. Ame-os. Não somente durante a reunião, mas antes da próxima e depois da última.

Faça contato. Ligue para ele. Convide-o para comer em sua casa. Chame para sair. Conquiste-o. Sirva-o em que você puder. Insira-o em seu grupo, em sua célula. Invista tempo!



Fé.

Hebreus 11:1 – “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”.

Existe uma atmosfera de fé verdadeira em sua célula?
Quantos milagres você já viu acontecer em sua célula? Quantas vidas foram salvas? Quantos foram curados? Quantas vezes vocês oraram e foram respondidos?

Fé não é somente dizer “amém” ou concordar com a oração do outro, mas é ter aquela certeza no íntimo de que Deus pode todas as coisas.

O termômetro de fé de uma célula são as orações respondidas!

Eu tenho um líder de célula que sempre vem me contar testemunhos frutos de oração. Já ouvi testemunho de salvação de vidas, cura de AVC, cura de câncer, portas de empregos se abrindo para as ovelhas e pra ele mesmo. Isso é fé!

Mateus 21:22 – “E TUDO o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão.”

Os milagres não são para nos gloriar, são uma estratégia para atrair pessoas que ouvindo as boas novas possam ser salvas. Observe quantos milagres Jesus fez em sua passagem pela terra e quantas pessoas O seguiam.

Foram milhares que ouviram a Palavra da Salvação! Muitos que se arrependeram! Nós com célula, temos que buscar esses milagres, para alcançar mais pessoas.

Mas como posso aumentar o nível de fé da minha célula?


Romanos 10:17 – “Consequentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a Palavra de Cristo.”

Simples. Bombardeie a sua célula com a Palavra. Em toda oportunidade que vocês tiverem falem da Palavra.

Josué 1:8 – “Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido”.



Alegria.

Eu gosto que a reunião de célula comece pela dinâmica, pois com a brincadeira já se quebra o gelo, damos boas gargalhadas e esse momento pode desarmar o visitante que tem alguma barreira com o evangelho.

Uma pesquisa revelou que os primeiros 15 minutos determinam se uma pessoa volta ou não a um local.

Então é muito importante que, seja por qual momento sua reunião de célula comece, tudo seja feito com muita alegria. Fique atento em relação à sua postura, expressões faciais, sua fala, pois tudo passa uma mensagem que pode ser positiva ou não.

Não coloque louvor que somente os crentes saibam. Escolha músicas alegres, pra cima, de fácil compreensão. Não é adequado colocar uma música em que o ministro está chorando ou orando em línguas. Imagine o convidado escutando isso?

As questões do ambiente também colaboram para essa atmosfera de alegria, então mantenha o local de reuniões limpo, bem arrumado, bem iluminado. Mural com fotos de momentos com a célula e palavras de fé são ótimos!

Somado a tudo isso muitos sorrisos, abraços, interação, ok?

Nunca se esqueça: a célula é para os convidados. Uma ferramenta para levar perdidos até Jesus Cristo e consequentemente à salvação!

Que essas dicas possam ser aplicadas com sucesso em sua célula. Se você tem alguma outra que se encaixe nessas três atmosferas deixe um comentário e abençoe também as pessoas. Paz!




http://www.amominhacelula.com.br/qual-e-a-da-sua-celula/

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Volte!!!




A volta do Filho Pródigo

Amado filho,

"Você, pouco a pouco, foi ficando com o coração vazio e hoje se encontra longe da minha Casa. Eu percebia isso mas nada podia falar porque seus olhos já estavam longe demais para me escutar. Foi muito triste para mim a sua partida, porque eu o amava. Assim, comecei a orar por sua volta.

Sabe por quê hoje você anda triste? É porque perdeu a presença do meu Espírito quando seu coração foi se fechando por uma mágoa, uma crítica, um desprezo, um mal entendido, uma humilhação e até mesmo, quem sabe, por um pecado escondido.

Eu não me agrado que fique remoendo aquelas velhas mágoas e lembranças ruins. Quero perdoá-lo, mas enquanto não se esforçar em perdoar de todo coração as ofensas daquelas pessoas, meu perdão não poderá alcançá-lo. Qualquer um pode cair, mas só quem perdoa não fica no chão. Você ainda pode perdoar? Ainda tem coragem para perdoar hoje mesmo?

Você sabia que mágoas são como correntes malignas? Primeiro elas afastam da Igreja, da família, da comunhão, entristecem o Espírito Santo. Depois elas abrem a porta para deixar ir embora a paz, a saúde, as bênçãos... Peça-me forças pra mim, que eu vou lhe conceder graça para quebrar essas correntes.

Perdoe! Volte! Liberte-se! Haja o que houver, nesse domingo: escolha sua melhor roupa, seu melhor sapato, separe a sua oferta e venha ao culto na minha Casa. Resista ao diabo porque assim ele vai fugir de perto de você.

Tudo que o diabo roubou, tudo o que ele destruiu, você pode ter de volta: o perdão, a paz, a alegria, a presença do meu Espírito, a família e a comunhão com a Igreja. Volte porque seu lugar ainda está vazio e o amor que tenho você ainda é o mesmo."

Do seu maior amigo,

Jesus.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

SUA CÉLULA É ‘CRISTOCÊNTRICA’?

 Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Hebreus 12:2

Que líder nunca se pegou aflito preparando os detalhes da reunião da célula? Ou então, quem nunca se descabelou buscando diversas estratégias e lançando diversos apelos para que os membros trouxessem convidados?
 
Quem nunca se encheu de orgulho e de alegria por ver a sua célula cheia de membros e de visitantes? Quem é o líder de célula que já não se pegou gastando horas se avaliando, em crise, ou entristecido por não conseguir a aprovação ou o reconhecimento por algo que fez?
 
Tudo isso é bastante comum e normal no nosso cenário cristão hoje em dia, mas se refletirmos sobre esse nosso comportamento tão carnal e humano, uma pergunta deve aparecer em nossa mente e lá ecoar: “Será que a minha célula é realmente ‘Cristocêntrica’ ou estamos destacando demais as coisas naturais e nos esquecendo do que – ou melhor, de quem – mais importa?”
 
É bastante óbvio que precisamos sim nos atentar a detalhes de arrumação, eventos, estratégias para trazermos visitantes e etc., pois essas coisas são ferramentas poderosas que podem e devem ser usadas em prol do Reino, porém o maior problema disso é quando supervalorizamos algumas coisas e deixamos Cristo em segundo plano.
 
Pode parecer um absurdo, mas sim, nós temos uma incrível facilidade para deixarmos Cristo de lado e tratarmos a sua presença, a sua glória e o seu espírito apenas como objetos a serem usados, e o pior de tudo, de forma descartável.
 
Imaginem comigo: um grande e amado amigo nosso está fazendo aniversário, todos da célula se movimentam para fazer uma super festa, compram o bolo, os salgados, as bebidas, fazem uma bela decoração no ambiente, compram presentes, enviam convites, trazem muitos visitantes para aproveitar a comemoração e botam uma boa música, tudo muito bom e legal de ser feito, a festa está quase completa…
 
Mas de repente o organizador do evento se lembra de que se esqueceu de avisar o aniversariante! Opa! Isso com certeza seria constrangedor! Uma grande falha, fazendo com que toda aquela festa perfeita que estavam preparando se tornasse algo sem sentido e incoerente, não é mesmo?
Toda arrumação, o esforço e os investimos se tornariam sem propósito e sem necessidade: O mais importante, a razão e a causa de tudo aquilo não está lá. A questão é que lamentavelmente cometemos incontáveis vezes esse mesmo erro em nossas células e em nossas reuniões. Se tratando de célula, é claro que devemos saber preparar festas ótimas, mas muito mais importante é garantir que o aniversariante estará lá.
 
É muito normal, pelo estilo de vida que essa cultura vigente nos condiciona a levar, que coisas do tipo aconteçam, somos todos humanos e falhamos às vezes mais do que acertamos, entretanto, ter Jesus como o centro da nossa célula não é um luxo, mas uma obrigação do líder.
 
Precisamos entender o mais rápido possível que, primeiramente, quem deve ser agradado, honrado e buscado é Jesus Cristo, o nosso Senhor. Não podemos jamais cair no engano de achar que comida, boa música, boa palavra, bom ambiente, boas pessoas ou até mesmo um bom líder conseguirão atrair as pessoas até o pequeno grupo e as fazerem ficar.
 
As pessoas aí fora estão sedentas por algo novo, famintas pelo alimento espiritual, estão procurando intensamente algo que as preencha, as complete, as cure e as salve, e, neste caso, nem líder e nem evento servem.  
 
Todas essas coisas naturais podem satisfazer nossa alma, nosso ego, nossa vontade, nossos olhos, nosso corpo, mas só a Presença de Jesus satisfaz plenamente o nosso espírito.
 
Creio que como líder precisamos passar alguns momentos mergulhados em intimidade com o Pai, refletindo e buscando revelação para confirmarmos se realmente estamos priorizando Jesus em nossa célula, se Ele conduzindo nossas reuniões é o nosso alvo ou se os membros, os visitantes, a comunhão, os números, a diversão e até a multiplicação não estão tomando o lugar do Rei e se tornando as prioridades em nosso pequeno grupo.
Fato é que temos a tendência de depositarmos toda a nossa fé e confiança em coisas naturais (coisas que vemos, que ouvimos e que tocamos) por uma ilusão de que estas coisas farão da nossa célula melhor, mais cheia, mais “alegre”, descontraída e legal, quando na verdade só uma coisa é tão importante e necessário ao ponto de gastarmos todas as nossas energias e esforços na busca pra alcança-la: Jesus como o centro de tudo.
 
Aprendi a duras penas, depois de muito tempo, que nada – absolutamente nada – vale tanto a pena quanto a presença de Deus. Por mais que nós sejamos legais, simpáticos, amorosos, amigos, por mais que a comida seja boa e a comunhão farta, por mais que o ambiente esteja decorado e o evento seja super bem planejado, por mais que a palavra seja ótima e que o ministrante a faça com muita eloquência e carisma, por mais que o louvor arrebente e as pessoas sintam “calafrios e sensações” durante a música, por mais que chorem, que riam, que pulem, que dancem, que se abracem, que orem um pelos outros ou qualquer coisa do tipo, o que realmente vale a pena no final de tudo, o que realmente transforma vidas, o que realmente fortalece a nossa fé, o que realmente faz com que os visitantes voltem, o que realmente nos transforma em homens e mulheres segundo o coração de Deus é a sua Presença no nosso meio com liberdade e com toda a autoridade. É Ele ter tanta autoridade, liberdade, destaque e honra até que possamos reconhecer que Cristo é o centro de tudo.
 
Se hoje você é um líder a pouco tempo (ou até a muitos anos), se eu tivesse a oportunidade de te dar um conselho no qual você poderia basear toda a sua liderança e todas as reuniões da sua célula, com certeza seria: Deixe com que Jesus seja o centro, o começo e o fim, considere a sua Presença e a dê o seu devido valor, não fique gastando mais energia com coisas naturais do que com o Jesus real.
 
Seja desesperado para tê-lo por perto e todas as coisas acontecerão bem. Não deixe o nosso Rei em segundo plano em nada, nem busque agradar excessivamente o homem. Olhe pra Cristo e deixe com que Ele ocupe o centro, tanto das atenções, como o da mensagem, da dinâmica, do louvor, da liderança e todo o resto.
 Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui. Êxodo 33:15

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Por que as pessoas recebem feridas na alma?

Feridas


As razões podem ser várias, mas apresentamos aqui algumas que temos observado no nosso exercício pastoral, tanto no Brasil como no Japão.

1. Por não estarem ainda cheias do amor ágape do Senhor Jesus

Este amor faz toda a diferença na vida de uma pessoa. Ele não é um sentimento na alma, mas um fluir sobrenatural do Espírito Santo de Deus, que move a nossa vida em direção a Deus. Encher-se desse amor afasta a dor e restaura a alma ferida.

2. Por serem vítimas da baixa autoestima

Esta autoestima distorcida vem pela falta de compreender e experimentar tudo que somos em Cristo, a nossa verdadeira posição espiritual. Corrija a autoestima e você estará em pleno processo de cura e alegria.

3. Por estarem procurando afirmação mais nas pessoas do que em Deus

Cada um de nós tem um valor imenso, porque somos amados por Deus tremendamente. Quando deixamos que esse amor se comunique à nossa alma e ao nosso coração, a afirmação de que somos filhos e herdeiros nos inunda, e descansamos na certeza de que nosso Pai tem tudo sob controle, e que Ele nos guarda e nos protege em todos os momentos e circunstâncias.

4. As feridas podem não ser nossa culpa, mas devemos ter cuidado com as reações

As feridas podem ser causadas pelo diabo ou por pessoas, com ou sem a participação direta dele. Muitas vezes não somos culpados pelas feridas que nos infringem, nem isto constitui pecado em si mesmo, mas as nossas reações podem ser pecaminosas: podemos pecar reagindo com o nosso falar, com nossas ações, guardando mágoas, arquitetando vinganças, etc. Devemos evitar essas armadilhas!





Extraído da Revista MDA Ano I – Nº 03/2014. Texto de Timóteo e Christine Huber – Feridas transformadas em fontes de graça. Tim e Christine são Missionários no Japão.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

A Glória Vem Quando se Remove o Véu


A transformação só acontece com o rosto desvendado. Se não “tirarmos a máscara”, seguramente o poder transformador operado pelo Espírito Santo não irá se manifestar:

“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.”
2 Coríntios 3.18) 

Você já percebeu a intensidade e a velocidade de transformação que se dá na vida de um novo convertido? Porém, em algum momento na caminhada, o processo de transformação e mudança de vida começa a estagnar. E não é porque o processo – de se conformar com a imagem de Jesus – já tenha se completado!

Depois de mais de vinte anos de ministério, observando o comportamento dos cristãos, posso dizer que isso é um fato. A transformação na vida dos crentes em geral parece perder sua força com o passar do tempo. E penso que uma das grandes razões para isso é que, no início da vida cristã, após a conversão, todos reconhecem as áreas que precisam tanto de mudança e se alegram por toda transformação alcançada (e até testemunham). Porém, depois de um tempo e de muitas vitórias alcançadas, quando o crente começa a ser reconhecido pelos seus irmãos como alguém mais maduro e espiritual, a tendência é não ser mais tão transparente ou sincero a respeito das falhas. E isso vem desde os tempos bíblicos!

Observe, por exemplo, o que aconteceu quando a Palavra de Deus foi pregada em Éfeso:

“E muitos dos que haviam crido vinham, confessando e revelando os seus feitos. Muitos também dos que tinham praticado artes mágicas ajuntaram os seus livros e os queimaram na presença de todos; e, calculando o valor deles, acharam que montava a cinquenta mil moedas de prata. Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.” (Atos 19.18-20)

Por que a Palavra de Deus crescia e prevalecia em Éfeso?
Não foi apenas porque foi pregada, e sim, porque as pessoas, depois de receberem a pregação, reconheciam e até mesmo confessavam publicamente os seus pecados! Estude cada avivamento na história e você descobrirá que houve confissão de pecados. Este é o ponto. Quando as pessoas reconhecem suas fraquezas, o poder do Espírito Santo pode se manifestar nelas. Isso é doutrina bíblica!

Deus só opera o seu poder transformador quando reconhecemos as áreas problemáticas, e apenas naquela área que admitimos nossos pecados. Veja o que aconteceu com o profeta Isaías quando teve uma visão do Senhor no templo:

“Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado”. (Isaías 6.5-7)

Já ouvi muitas vezes a pergunta: “qual o mistério do toque na boca?” E sempre respondo que não há nenhum mistério; foi a oração que o profeta fez reconhecendo impureza em seus lábios. Se a oração de Isaías fosse “sou um homem de olhos impuros”, então o toque santificador viria sobre os olhos. Meus filhos, em um de nossos cultos domésticos, afirmaram que, seguindo essa lógica, alguns crentes precisam de um “banho de brasas”!

Essa é uma verdade bíblica incontestável. Deus só age nas áreas em que reconhecemos nossos pecados. O Senhor Jesus ensinou sobre este princípio:

“Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam. Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores? Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.” (Marcos 2.15-17) 

Quando, nesta alegoria, Jesus se compara a um “médico”, está falando de si como Salvador; quando fala do “doente” (que precisa da cura do médico) está falando do pecador (que precisa do perdão do Salvador). Porém, quando fala do “são”, não está se referindo a alguém que, por ser justo não precise do Salvador, pois as Escrituras abordam este assunto com clareza: “como está escrito: não há justo, nem sequer um” (Rm 3.10). Se não há ninguém que possa ser justo sem Cristo, quem é esse “são” que não precisa de médico na parábola contada por Jesus? O texto não fala de alguém que seja realmente “são” (justo), mas de alguém que, porque acha que é justo, não reconhece a necessidade do Salvador. Ou seja, não há salvação sem arrependimento e reconhecimento de pecados.

E assim como na conversão, este princípio permanece em toda a vida cristã. Quando desvendamos o rosto, somos transformados. Quando dissimulamos, aparentando não ter pecado algum, a transformação simplesmente não pode acontecer. O Espírito Santo só manifestará seu poder transformador naquelas áreas que expusermos a Ele de forma sincera e honesta. Porém, além de reconhecer fraquezas diante de Deus (que já sabe delas, quer a gente admita ou não), também vejo a necessidade de fazermos isso diante dos homens.

Há uma diferença entre confessar seus erros a Deus e fazê-lo aos homens. Podemos afirmar que o perdão vem com a confissão do pecado a Deus; mas a cura vem com a confissão do pecado aos homens:

“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. (Tiago 5.16)

Extraído do Artigo “Rosto Desvendado” – Luciano Subirá em www.orvalho.com

terça-feira, 25 de março de 2014

O que sua mão direita fez a esquerda não precisa saber

Quando você der alguma coisa a um necessitado, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas casas de oração e nas ruas. ... Mas... faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo saiba o que você fez. S. Mat. 6:2 e 3
Perguntaram certa vez a Ernest Shackelton, famoso explorado
r britânico da Antártica, qual tinha sido o momento mais terrível que ele passara no continente gelado. Alguém poderia pensar que ele contaria a história de alguma terrível nevasca polar, mas não foi isso. Contou que seu mais terrível momento veio certa noite quando ele e seus homens estavam amontoados numa cabana de emergência, tendo sido distribuídas as últimas porções de alimento.Enquanto seus homens dormiam profundamente, Shackelton permanecia acordado, com os olhos semicerrados. De repente, viu um movimento sorrateiro de um de seus homens. Espiando naquela direção, ele viu que o homem furtivamente ia na direção de outro e retirava um pacote de biscoitos da mochila de seu companheiro. Shackelton ficou chocado! Até aquele momento, ele teria confiado a própria vida àquele homem. Agora tinha suas dúvidas.Mas então, enquanto observava, percebeu que o homem abria seu próprio pacote de biscoitos, tirava de lá o último bocado de alimento, colocava-o no pacote do outro homem e o recolocava na mochila do companheiro.Ao narrar a história, Shackelton disse: "Não ouso dizer o nome daquele homem. Acho que seu gesto foi um segredo entre ele e Deus."É assim que acontece com o tipo de amor de que a Bíblia fala. Ele não realiza boas obras para ser visto pelos homens. Henry Drummond, grande pregador inglês, disse: "Depois de ter andado pelo mundo inteiro fazendo suas belas obras, o amor se esconde, até de si mesmo."O coração humano anseia por reconhecimento. Não deseja que permaneçam ocultas as suas boas ações - e é aí que muitos caem na armadilha de Satanás! Depois que Deus efetua em nós "o realizar, segundo a Sua boa vontade" (Filip. 2:13), o tentador aparece e nos leva a vangloriar-nos das maravilhosas coisas que fizemos.Qual é a solução? Nunca pare para vangloriar-se. Fixe a mente em Jesus e continue a permitir que Deus efetue Sua boa vontade através de você.Prova ConvincenteNisto conhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros. S. João 13:35.
Quando eu era adolescente, resolvi deixar minha marca no mundo como artista. Meu pai havia recentemente adquirido uma Bíblia em três volumes, ilustrada por Paul Gustave Doré, e aquelas ilustrações tiveram peso importante na minha decisão.Doré obteve fama com as suas gravuras de personagens religiosos e históricos. Passei horas estudando as técnicas dele e, embora meu interesse pela arte se desvanecesse com o tempo, ainda guardo vívidas imagens mentais daqueles desenhos.Certa ocasião, viajando pela Europa, Doré perdeu seu passaporte. Quando ele chegou à alfândega seguinte, o guarda lhe pediu os documentos de viagem. Doré tentou explicar o que tinha acontecido.- Eu sou Paul Gustave Doré - disse ele - e perdi meu passaporte. Apreciaria que fizesse a gentileza de deixar-me passar. Tenho de atender a compromissos importantes.- Não tente fazer-nos de bobos - disparou o guarda. - Você não é a primeira pessoa que perde o passaporte e tenta fazer-se passar por alguém importante.Doré suplicou a compreensão do guarda, mas em vão. Finalmente, um oficial aproximou-se e disse:- Se o senhor é realmente Doré, tome este lápis e papel e desenhe aquele grupo de camponeses ali.Dentro de alguns minutos, o grande artista produziu uma figura de semelhança impressionante com o grupo. Mesmo antes de concluído o desenho, o oficial, convencido de que aquele era realmente o famoso artista, permitiu-lhe a entrada no país.Algumas pessoas, hoje, tentam fazer-se passar por cristãs, mas falta-lhes o amor fraternal que, segundo Jesus, caracterizaria Seus seguidores. Os cristãos primitivos viveram numa época em que a prática do cristianismo podia significar o martírio, mas ainda assim demonstravam o seu amor fraternal, arriscando a vida para ajudar seus irmãos perseguidos; em alguns casos, obtinham inclusive a relutante admiração dos perseguidores. Tertuliano, um escritor cristão do segundo e terceiro séculos, citou a declaração de um oficial pagão desta maneira: "Veja como esses cristãos se amam uns aos outros."O amor fraternal não é um manto que se "veste" para convencer os incrédulos, mas uma qualidade que brota naturalmente de um coração amorável.
Em nosso versículo, Paulo declara que ele nutria tanto amor pelas almas dos crentes filipenses como Jesus. Você e eu precisamos de mais desse tipo de amor pelas almas.Certa ocasião, no tempo da Sociedade de Amigos, um membro da seita dos quacres cavalgava por um urzal quando ouviu o som de cascos de cavalo atrás de si. Num momento, um salteador o alcançou e, apontando-lhe a pistola, exigiu:- O dinheiro ou a vida!Sem hesitar, o quacre puxou sua carteira e entregou-a ao homem.- O senhor tem um belo cavalo - observou o ladrão. A seguir ordenou: - Desça! Vou levá-lo.Calmamente, sem uma palavra de protesto, o quacre desmontou e o ladrão trocou de cavalo. Enquanto o salteador se virava para ir embora, o quacre se colocou na frente dele e, segurando as rédeas, começou a falar.- Como é que pode - observou ele com terna sinceridade - um homem criado à imagem de Deus, ser feliz vivendo uma vida de crime e violência? Arrependa-se, meu amigo, antes que seja tarde demais!O assaltante tirou a pistola e, apontando-a para a cabeça do quacre, rosnou:- Como se atreve a me pregar um sermão, seu... Mais uma palavra, e vou abatê-lo aí mesmo.O quacre nem piscou.- Amigo - disse ele sorrindo - eu sei muito bem que poderia matar-me. Eu não arriscaria a vida para salvar minha carteira ou meu cavalo, mas alegremente a entregaria se pudesse salvar a sua da condenação eterna!Sem uma palavra, o assaltante colocou novamente a pistola no coldre, saltou do cavalo do quacre e o devolveu, juntamente com a carteira. Depois, montando em seu próprio cavalo, foi embora dizendo:- Se a sua preocupação por minha alma é tanta, não vou levar nada.Embora sem ter certeza, podemos esperar que a mudança de idéia do assaltante tenha produzido também uma mudança de coração. Mas uma certeza podemos ter: se demonstrássemos tanto interesse por uma alma como aquele quacre, veríamos muito mais milagres da graça hoje em dia.